quarta-feira, 16 de maio de 2007


Essas tardes nubladas me fazem pensar que talvez ele pudesse entender o que eu sinto quando olho pra paisagem em tons de cinza. Talvez não, talvez eu só pense isso porque me vem a lembrança das tardes na varanda, o olhar fixo na praia, a sensação estranha que me provocava um misto de encantamento e tristeza – e como são tristes os dias nublados... Nublados eram aqueles dias, todos, em que o doce timbre da voz dele dele já tinha ido embora.
E também são esses, em que eu nada sei sobre ele. Uma paisagem bonita, uma música nova (ou velha, mas pra mim nova), algum medo, cada uma dessas coisas é uma pontada de tristeza por não poder dividir. Mais que isso: não poder nem saber o que ele acha ou sente.
Se alguma coisa pode ser pior do que um olhar sem brilho, é não saber mais quem é ele.

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