segunda-feira, 10 de setembro de 2007



Ele disse a ela que a culpa era das cartas.
De sua mania de tentar adivinhar o futuro..
Que de tanto querer saber tinha precipitado acontecimentos.
E iria à fogueira..seria queimada como uma bruxa medieval.
Ela ficou perplexa..afinal não acreditava em nada.
As cartas eram apenas companhia em suas infindáveis horas de espera.
As vezes prometiam um belo futuro: eram casas, castelos, alianças e flores.
Aqueciam e consolavam nas noites frias e solitárias de inverno, quando o telefone não tocava, quando toda esperança parecia vã.
Ela sabia que ele mentia..pressentia o verdadeiro motivo do fim, sem consultar cartas ou qualquer outro oráculo.
E jamais deixaria de ser quem era..ainda que o preço fosse o fim de seus sonhos..

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